E tu?...

Era mesmo uma pergunta?! Sim! Uma pergunta em modo impessoal, direcionada e fria. Sim! Era dirigida a todos os que lá passavam e olhavam. Era uma provocação, uma pergunta que já há muito tempo havia de ser colocada por algumas das pessoas com condição de deficiência que fizeram parte da iniciativa. O cartaz foi a voz – um simples cartaz que deu voz e capacidade de realizar e confrontar olhares das pessoas sobre uma população com doença mental.

Ontem, dia 3 de Dezembro – Dia Internacional da Pessoa com Deficiência – a UPSS (Unidade Para a Sensibilização Social) juntou várias associações como a ARIA, EMDIIP, APCL, CERCI Oeiras, Casa de Betânia e Eli Oeiras, com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras. Criando um momento de sensibilização junto da comunidade local, o evento realizou-se junto ao Largo da Igreja de Oeiras.

Foram convidadas crianças das escolas locais para participarem nestas atividades, e estas fizeram-se ouvir nos gritos de euforia e de brincadeira. Os jogos foram pensados de modo a mostrar a cada criança como são as dificuldades de algumas pessoas com deficiência, e as respostas das crianças à pergunta "o que é uma pessoa com deficiência?", faziam aliviar o tom da questão. Surgiram respostas como – é quem tem o cabelo amarelo! – e também – são pessoas que partiram um braço! – ou ainda – são pessoas que não saltam! Um terapeuta da EMDIIP acrescenta «Estas atividades estão pensadas de modo a fazer sentir no corpo da criança uma limitação sensorial. Criámos barreiras no corpo, mas mostrando que mesmo assim é possível brincar com a ajuda dos amigos e cumprir com o objetivo principal, a “diversão”».

No início, a atuação de uma banda composta por pessoas com deficiência em saúde mental; no final uma atuação de dança com pessoas com deficiência em cadeira de rodas. O espetáculo de dança e todas as atividades dinamizadas mostraram, a quem por lá passou, que é possível fazer mais por quem mais precisa. Ver pessoas em cadeiras de rodas a dançar e ver pessoas a não esconderem a sua condição, foi tornar clara a força de vontade que todos têm em superar ao máximo as suas dificuldades. Ontem foi uma lição, mostrar que um movimento descoordenado pode também ele ter a sua beleza, mostrar que cada passo é um passo para seguir em frente. No final, tudo terminou bem “Juntos” – No cair do pano, um forte aplauso a todos os que fizeram parte desta manhã.







De: Fábio Faustino

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