Após um ano de trabalho somam-se
todas as horas sem folego dadas às respostas do dia-a-dia, sempre sem tempo.
A primeira fase do dia surge com
o acordar dos miúdos e a chegada a horas ao trabalho; isto numa só frase parece
simples. Mas para muitas famílias é um plano altamente estruturado, mediado por
acontecimentos no qual o Coelhinho da Alice sofreria de Ansiedade, na correria
de tarefas do “Levantar”, “Vestir”, “Lavar”, “Comer” e no “Sair”, sempre com uma
voz por trás dos Pais - Toca a Despachar!.
As férias trazem uma sensação de
prazer no fascínio de que tudo pode acontecer: a Praia, os Jantares Fora, os
Gelados as Caminhadas; mas existe uma mensagem encriptada dada pela sensação
que é o “Não tenho que cumprir com horários”. Papás, atenção!!! Não baixem as
cabeças que este é o tempo de conhecer melhor os vossos filhos, toca a criar
rotinas para conhecer os pequenos.
O mundo da criança é construído
com pouco tempo útil junto da família, existem dois icebergues que consomem
tanto os “Pais (Trabalho)” como os “Filhos(Escola)”, e que separam o conceito
de Família. O Período de férias permite
derreter todo esse gelo e criar a união nos laços familiares.
Estar de férias, não é
necessariamente ir de férias, mas sim aproveitar o tempo de um modo mais útil,
experienciando momentos de alegria sem ter que olhar ao relógio. Neste período
também não podemos sufocar os filhos com a nossa presença de Pais, sendo que de
longe a observar também os conseguimos conhecer. Com esse espaço conseguimos
ver a coragem de subir ao escorrega, ou a ousadia de convidar um amigo para
brincar.
Em momentos de dinâmicas sociais,
como exemplo na praia, é importante observar como os filhos conseguem
estabelecer relações sociais com outras crianças, o partilhar o brinquedo, o
saber respeitar e o dialogar são sinais de que existe segurança em explorar
algo que é desconhecido. Se aqui existirem dificuldades, o Pai/Mãe atento terá
que apoiar e explicar como o filho deve agir.
Também em contexto de caminhada é
importante observar o modo como o nosso filho vai recolhendo informação do meio
e questionando “O que é?”, “Para que serve?”, “Como se faz?” e “Porquê?”. A
presença deste interrogatório será um sinal de confiança que os filhos depositam
sobre a sabedoria dos papás, bem como um sinal de uma relação bem estabelecida,
onde o diálogo surge com naturalidade.
As autonomias são mais um
elemento que pode ser trabalhado. Existem conquistas em tarefas de banho, no
vestir e na refeição, que são aprendizagens ricas do desenvolvimento e que nem
sempre conseguem ser correspondidas com a maior atenção em períodos laborais.
Por vezes acabam por ser levadas a cabo pelos próprios pais, não deixando
espaço para o aperfeiçoamento do movimento, que ainda pouco controlado demora
tempo no sucesso.
No final, como tudo não se resume
ao papel menos ativo dos papás, é fundamental brincar, mimar e dar gargalhadas.
Mostrar que o Pai/Mãe conseguem melhorar as brincadeiras, tornam a imagem
Pai/Mãe em figuras-modelo a conquistar.
A criança ao procurar desenvolver um castelo na areia e se o Pai/Mãe se
aproximar a fazer daquele castelo uma fortaleza, não foram só as paredes de
areia que ficaram mais fortes mas sim o laço afetivo familiar. Existe assim,
uma valorização da figura parental, levando-os a pensar “quero fazer igual ao
papa/mama na próxima vez”.
Ir de férias ou estar de férias?
A questão depende da forma como cada um faz a gestão desse tempo. As férias dão
trabalho, ou seja, haverá sempre um investimento e um dispêndio de energia,
embora o retorno não seja “financeiro”, será sim um retorno “Rico de Afeto”
onde as notas e moedas abrem lugar às conquistas surpreendentes dos nossos
filhos.
Pasito a pasito, boas férias em Família!
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