Muitos são aqueles que utilizam o tempo da sessão à porta fechada, outros preferem a mesa ao chão, outros as fichas aos brinquedos. Na verdade todos somos diferentes e é mesmo assim que temos que ser, pois cada caso é um caso. Hoje olho para a criança sem Diagnóstico, e sem querer encontrar uma resposta concreta ao seu problema, não me prendo com o seu “Nome de Diagnóstico” mas sim com as aquisições que a criança devia ter para a sua idade cronológica.

Nasce uma luta entre uma velocidade Biológica e a velocidade Cronológica, em que a vitória é a aproximação com a Normalidade. Mas se falamos de coisas que rimam com Lógica, então hoje falo de uma palavra mágica que é a Ecológica. Se olharmos para a criança, conseguimos ver que existem vários sistemas à sua volta, a Família, Escola e a Sociedade são apenas alguns desses exemplos. 

A palavra é Magica, pois digo-vos que é ela que merece o mérito do sucesso de cada terapia. Quando me deparo com um caso de uma criança que apresenta um atraso no seu desenvolvimento, tenho que pensar como posso rentabilizar os recursos que tenho. Não sou economista, mas se tenho recursos, tenho que os utilizar. Se estou com a criança 60 minutos por sessão, e se as sessões são duas vezes por semana, então estou no total 120 minutos com aquela criança. Na verdade ela passa 10080 minutos da sua semana sem terapia, será isto correcto? A verdade é que aumentar o tempo de sessão podia ajudar, mas a solução mais Lógica e Económica é a Ecológica. Dando exemplos concretos do dia a dia, o fundamental está em procurar ajudar os Pais e Educadores a encontrarem algumas estratégias para aumentar a estimulação de determinados domínios do desenvolvimento da criança. A nossa ajuda não fica apenas na criança, mas também temos o dever de colocar os pais a olhar para o problema da criança, com uma perspectiva real. O nosso papel é procurar que os pais também se sintam importantes no processo terapêutico, pois eles são a chave para a solução.


Se falei no início do texto sobre portas fechadas, julgo que até podemos fechar a porta para não perturbar a sessão com ruídos alheios, mas assim que abrimos a porta o nosso trabalho tem que sair da sala e viajar para o mundo da criança.  

Autor: Fábio Faustino

2 comentários:

  1. como treinador de bancada, daqui de fora vejo a situação da mesma maneira. os pais não são a chave para a solução apenas por passar mais tempo com a criança, mas também por uma questão da ligação emocional entre ambas as partes e aí sim, é com o tempo, o amor e a propensão da criança em "aceitar" os seus pais que estes se tornam fundamentais para esse desenvolvimento. há que ajudar mesmo os pais a percorrerem esse caminho.

    ResponderEliminar

Com tecnologia do Blogger.