
- Olá bom dia! - Estas são as primeiras palavras que digo todos os dias assim que entro pela sala do Jardim de Infância, em tom de retorno oiço um "Bom dia" que nasce de vozes madrugadoras mas cheias de energia. Neste coro de vozes, fica apenas uma a faltar, que é especificamente a voz do menino que me leva àquela sala. Ao aproximar-me, ele vare-me com o olhar por pequenos instantes e o seu corpo a reage à minha presença. Confronto-o com o meu olhar e procuro recolher um “Olá” de si, este é o meu primeiro combate perante os interesses da criança.
Existem crianças que nascem com
determinadas capacidades “Ditas normais” que lhes permite ir adquirindo as
aprendizagens do mundo, quase em efeito de esponja. No entanto, para outros meninos como este desta história, a sua esponja não se encontra adaptada ao funcionar do nosso mundo e estes acabam por ter
mais dificuldades. Aqui entro “Eu”, que tento partir o mundo em tarefas, onde
cada conquista é seguida de um reforço. Este modo de intervenção é focado
fenómeno efeito de “aprendizagem por condicionamento”. O objectivo é levar a
criança a estabelecer ligações entre certos estímulos e respostas equivalentes,
causando um aumento da sua adaptação ao seu meio envolvente. O nosso objectivo
principal foca-se numa modificação do comportamento do indivíduo em função da
experiência vivida.
A porta da sala encontra-se semi-fechada,
quem passa ouve um monólogo entre dois corpos mas que quem vê, verifica que é no silêncio
que ambos conversam. Durante o seu silêncio, a criança foge para a caixa de brinquedos
e encontra lá um que lhe capta a atenção, dou tempo e distância suficiente para
ele o explorar sozinho. Era um Dinossauro e aproveitando o seu
interesse pelo brinquedo, agarro-o, e com a ajuda dos dedos mexo a sua boca e dou inicio a um diálogo, que leva a criança a ganhar um sorriso! Aos poucos começo
cada vez mais a dar vida ao Dinossauro, e cada vez mais os olhos da criança
brilham de entusiasmo. Assim que me apercebo que conquistei o menino, paro!
(Agora digo com o meu comportamento, É a tua vez!). Ele vendo que o Dinossauro
perdeu a vida, agarra nele e devolve-me dizendo com o corpo (Continua que eu
estava a gostar). Lá continuamos numa batalha pré-histórica, onde a história se
fará quando o menino me disser “Olá”.
Autor: Fábio Faustino
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