Eram 9:30 da manhã no domingo do dia 5 de Junho, pais e crianças das diferentes juntas de freguesia de Lisboa, se juntavam para realizarem as provas desportivas no finalizar do evento OLISIPÍADAS. Os pequenos atletas enchiam os diferentes espaços desportivos da Cidade Universitária. O ambiente era de festa, pequenos atletas que se encontram nos primeiros anos escolares ocupavam, talvez pela primeira vez, os campos que eram até à data destinados aos atletas dos últimos anos académicos.

Últimas provas! Pais, familiares e amigos com o coração nas mãos, sorrisos na cara e máquinas fotográficas nos olhos. O nervosismo estava presente em todos e ainda mais nos pequenos atletas, todos eles sonhavam fazer o golo, o melhor tempo, a melhor performance ou a melhor distância para poderem subir ao pódio.

Instantes antes da prova todos os meninos em fila indiana ocupavam a piscina dos 50 metros, mas encurtada para os 25 metros. Todas as pistas aquando ocupadas faziam com que os restantes atletas ficassem em cadeiras a aguardar pela sua vez. Na pista número 1 estavam os atletas especiais, sim aqueles que são especiais e que procuram ter um lugar que não seja especial. Estes atletas especiais, alguns deles estavam a competir pela primeira vez, e queriam dar o seu melhor para também eles mostrarem o seu valor.

Aos seus lugares, pronto, partida e pip…Começam os braços e as pernas a mexer, todos os meninos nos primeiros instantes encontram-se à mesma distância de poder ganhar. Aos poucos a distância entre os atletas começa a ser visível, mas nem isso fragiliza aqueles que começam a ver o primeiro lugar a fugir-lhes das mãos. Terminar em último não era sinal de vergonha, sabia eu e sabia a bancada inteira. O atleta especial, após chegar em esforço à parede final da piscina, dirige-se às escadas, subindo os degraus, a água escorria pelo seu corpo. À medida que as gotas de água caiam pelo corpo do atleta, também vindo da bancada choviam aplausos e mais aplausos. Era o reconhecimento do seu esforço, era a compreensão de que tinha feito uma boa prova, eram pessoas alheias a deixarem a ser indiferentes e a quererem mostrar o seu apoio àquele menino.

Foram várias as instituições que participaram neste evento, e a Associação de Actividade Motora Adaptada (AAMA) também levou os seus atletas especiais para esta grande festa. No final houve espaço para todos receberem a sua medalha de participação, bem como as aclamadas subidas ao pódio. Para surpresa das instituições presentes, foi dada a oportunidade dos seus atletas sentirem a emoção de subir ao pódio e de uma vez mais receberem o calor das palmas.


Foram momentos registados tanto pelas câmaras, como pelos corações dos familiares. Os comentários de pais revelam a importância e a magia do momento para estas crianças, ditas de especiais. Poder competir de igual para igual com crianças ditas de normais, foi mais uma vez uma prova de afirmar e quer a igualdade na participação. A integração começa com palavras e frases, mas são os momentos e experiências que contam, e esta foi mais uma a acontecer.




Obrigado ao aluno João Castilho, bem como ao Pai (José Caldeira) por disponibilizarem o momento em video e apoiarem à escrita do texto. 



0 comentários:

Enviar um comentário

Com tecnologia do Blogger.